terça-feira, 2 de junho de 2009

Novo modelo do vestibular é discutido na Assembléia Legislativa

EDUCADOR SEMPRE ALERTANDO


A Assembléia Legislativa debateu na tarde desta terça-feira (02/06/09) as propostas de mudanças no atual modelo do vestibular.

A discussão das propostas do Ministério da Educação (MEC) teve a presença essencialmente burguesa e elitista como, afinal de conta, tem sido a máxima daquela casa principalmente quando se trata de educação.

Foi nítida a ausência de representantes dos movimentos sociais, das entidades de defesa da classe estudantil universitária e não universitária, representantes dos pais(mães), dos conselhos de educação municipais e estadual, das entidades de defesa da criança e adolescentes, dos sindicatos e centrais dos trabalhadores (principalmente da área de educação) e também dos representantes do movimento das questões de interesse dos afro-descendentes e dos indígenas.

De um modo geral os participantes criticaram, alguns de modo superficial, outros com fala muito óbvia, o formato da avaliação empregada para ingresso nas universidades vigente. A bem da verdade cada um levando para os seus interesses de atuação.

O objetivo das alterações propostas pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, é unificar o vestibular das universidades federais do país, permitindo ainda que o estudante faça apenas uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O debate foi uma iniciativa dos presidentes das comissões de Ciência e Tecnologia, deputado Roberto Cláudio (PHS); Educação, Cultura e Desporto, deputado Artur Bruno (PT) e Juventude, deputada Rachel Marques (PT).

“De maneira geral, o vestibular é um instrumento muito precário para o ingresso ao nível superior”, ressaltou Bruno, que reclamou ainda do ensino promovido pelas escolas particulares, “voltado para o vestibular”.

Para Roberto Cláudio, é importante a discussão em torno da modificação do vestibular porque “é uma medida que afeta não só as instituições, mas as escolas públicas e privadas, os estudantes, os pais dos estudantes”.

Rachel Marques, por sua vez, ressaltou que caberá às universidades resolver ou não pela adesão ao novo modelo. Ainda segundo ela, o projeto faz parte de um plano maior do Governo Federal, que visa mudanças também no ensino médio.
O vereador Guilherme Sampaio (PT), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Fortaleza, também participou da audiência, e criticou o vestibular atual e “seu caráter absolutamente limitado”.

Para a presidente da Comissão Coordenadora do Vestibular da Universidade Federal do Ceará, Maria de Jesus de Sá Correia, o problema está no reduzido número de vagas nas universidades, em especial nas federais. “Qualquer que fosse o modelo, os mesmos candidatos entrariam”, disse, acrescentando que os que estudam estão preparados para qualquer modelo de avaliação. Segundo ela, a UFC estuda a adesão ao novo modelo para o vestibular de 2010.

Já na Universidade Estadual do Ceará (UECE) ainda não há uma previsão, conforme avisa a pró-reitora de Graduação Josefa Lineuda da Costa Murta. O pró-reitor do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Gilmar Lopes Barroso, defendeu a valorização do ensino profissionalizante não só pelo Governo, mas pela sociedade que, para ele, só valoriza o “bacharel”.

O representante da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), Rosendo Amorim, levantou outra questão: a deficiência do ensino infantil brasileiro. “Como se quer melhorar a educação, se só se discute o vestibular?”, questionou. A questão também foi colocada pelo representante da Defensoria Pública do Estado, o defensor Thiago Tossi.

Também participaram da audiência representantes de universidades e faculdades privadas do Estado: o diretor da Faculdade da Grande Fortaleza (FGF), José Liberato Barroso; o vice-reitor de graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor), Henrique Luís do Carmo Sá; e o coordenador de Assuntos Internacionais da Faculdade 7 de Setembro (FA7), João Bosco.

Fonte: Sítio da Assembléia Legislativa-Ce

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