Mas não é só o heroísmo de Tiradentes que é colocado sob suspeita, a própria Inconfidência Mineira, tão amplamente destacada pela historiografia tradicional, não é assim tão consistente. Primeiro, no movimento não se falava em Independência do Brasil, mas de Minas; segundo, pretendendo mostrar serviços para a rainha de Portugal, o governador de Minas, Visconde de Barbacena, procurou dar à Inconfidência Mineira a dimensão que ela não merecia; outra coisa, para Faraco (1990) "[...] a primeira reunião dos chamados inconfidentes não passou de uma bebedeira. Aquilo era uma festa, a festa de batizado de um dos filhos de Alvarenga Peixoto", por isso o historiador cearense Capistrano de Abreu dizia que a "Inconfidência Mineira não passou de uma conversa, e conversa fiada". Nesse sentido, a data 21 de abril serve pelo menos para se fazer uma reflexão sobre essas questões.
Antonio Guerra
Professor de História da UECE e da Marinha.
Jornal Diário do Nordeste - Domingo, 21 de abril de 2002
Antonio Guerra
Professor de História da UECE e da Marinha.
Jornal Diário do Nordeste - Domingo, 21 de abril de 2002
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