terça-feira, 15 de julho de 2008

QUEM SOFRE MAIS SÃO OS POBRES!!!

Com a inflação, o povo come menos.

Estou fazendo mais sopas de legumes e menos arroz e feijão, porque estão muito caros, diz dona de casa.
Nogueira, prefeito de Aracajú

Num açougue da zona norte de São Paulo, o atendente Luciano dos Santos explica como seus fregueses estão fazendo para driblar o alto preço da carne. “O povo pega a carne, dá uma mergulhadinha na panela e tira, só para dar um gostinho”. A brincadeira, no fundo, reflete a mudança de hábitos na mesa dos brasileiros causada pela inflação.
“Nos últimos três meses, tivemos cerca de 50% de aumento e uma parte disso temos que repassar”, diz Rosival Reis, gerente do açougue. Por isso, explica, “o pessoal está comprando menos ou substituindo pela carne de frango”. De acordo com o Índice Geral de Preços-10, da Fundação Getúlio Vargas, em junho a carne bovina teve um aumento de 5,14% para o consumidor.
O preço dos alimentos subiu, em média, 14% este ano: prejuízo para o povo e para os pequenos comerciantes
O preço frango também não tem ajudado. “Antes, pagava R$ 1,76 pelo quilo ao fornecedor e agora, tenho que desembolsar R$ 2,90”, diz o feirante Sérgio da Silva, há 23 anos na profissão. “Tive 40% de redução no meu lucro porque não posso passar o aumento todo ao freguês senão, ele não compra mais”, lamenta. Mas não é só a carne a vilã da inflação no carrinho dos brasileiros. “Estou fazendo mais sopas de legumes e menos arroz e feijão porque estão muito caros”, diz a doméstica Francisca Moura da Silva. Com salário de R$ 700,00, conta que gastava R$ 300,00 por mês em alimentação e hoje usa metade de sua renda. “Aproveito para fazer regime”, brinca.
Numa feira em São Paulo, Dona Francisca relata aquilo que os institutos comprovam por pesquisa. De fato, a dupla arroz-feijão, a favorita dos brasileiros, está entre os produtos que mais subiram nos últimos meses: de maio para junho, de acordo com o IGP-10, o aumento foi de 7,82%.
Há 25 anos trabalhando em feira, Milton Felinto da Silva também reclama. “Vendia a bacia da cenoura por R$ 0,50 e agora tive de dobrar o preço”. A caixa da hortaliça subiu, de acordo com Silva, de R$ 10,00 para R$ 20,00. Situação semelhante aconteceu, segundo ele, com o tomate, a berinjela e o pimentão. “Meu lucro caiu 30% porque se repasso o aumento, o povo diz que estou enfiando a faca”.
Quando os preços sobem, os pobres sofrem mais

A inflação não é igual para todos. Ela é sempre pior para os pobres, principalmente por causa do aumento no preço dos alimentos, que é o principal gasto de quem tem renda mais baixa. Por isso, a inflação atual pesa mais para os pobres. Segundo os institutos que pesquisam os preços, a inflação brasileira disparou. Em maio, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, foi de 1,61%, muito maior do que a marca de 0,69% em abril. Em 2008, já são 4,74% no ano. E, nos últimos doze meses, chega a 11,53%. O Índice do Custo de Vida (ICV), do Dieese, revela situação parecida: em maio foi de 0,87%, mais que o dobro de abril, que ficou em 0,42%. Para o Dieese, nos últimos doze meses a inflação foi de 4,95%; o aumento no preço dos alimentos foi muito maior, chegando a 14,17%. Os técnicos do Dieese explicam que a inflação cresce principalmente por causa da alta nos preços de apenas seis alimentos básicos: arroz, feijão, carne, óleo e derivados do trigo e leite. A alta é causada por vários fatores, entre eles o aumento do consumo mundial de alimentos, principalmente em países asiáticos, como a China e a Índia. Como a produção não cresceu na mesma proporção, os preços sobem. Outros fatores são mudanças climáticas, que afetam a colheita, a queda no valor do dólar, o real fortalecido, e especuladores internacionais que, fugindo da crise econômica que afeta os Estados Unidos e a Europa, deixam de aplicar seu dinheiro em títulos e investem na compra de mercadorias cujo preço, acreditam, vai subir.
O presidente Lula tem dito que é preciso produzir mais para enfrentar a inflação sem comprometer o crescimento. E, dia 19, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, liberou 78 bilhões de reais para aumentar a produção agrícola e garantir o abastecimento.
FONTE: Classe Operária.

Um comentário:

Anônimo disse...

mouriaESTE È O FAMOSO,CANTADO E DECANTADO,GEITO PETISTA DE GOVERNAR...BONS TEMPOS OS DO GOVÊRNO PASSADO...QUEM DUVIDA ?DINHEIRO DO MENSALÃO SAI DO BOLSO DO POVÃO !...