A defesa do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, criticou a suposta ingerência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Satiagraha, que investiga crimes financeiros. Lula se reuniu ontem com a cúpula da PF e com o ministro Tarso Genro (Justiça) para discutir a saída do delegado Protógenes Queiroz do caso.
"Freqüento o ambiente da PF há mais de 30 anos e não vejo ministro de Estado e presidente da República falando de investigação. Nunca vi um presidente da República convocando reunião para tratar de um assunto como este. Se Lula está insatisfeito, ele que mude, que altere ministério", disse Nélio Machado, advogado de Dantas, ao chegar à sede da Superintendência da PF, em São Paulo.
O advogado classificou o inquérito de "medieval" e disse que por conta disso seu cliente ficaria calado no depoimento. "Esse inquérito é medieval e me manifesto contra esse inquérito medieval", disse.
Machado criticou a contagem de tempo feita por Lula da investigação. "Essa devassa em que se vê o presidente da República dizer que [a investigação] existe há quatro anos. E o registro da Justiça diz que existe desde fevereiro de 2007. Só que nos autos, aparecem em junho de 2008", disse o advogado.
Na quarta-feira, ao comentar a saída de Protógenes do caso, Lula disse que a investigação existia há quatro anos. "A única coisa que nós queremos nesse caso é responsabilidade. Ninguém pode fazer o trabalho que ele [Protógenes] fez por quatro anos e na hora de terminar o relatório, diz que vai embora. Vender insinuações para a sociedade é que não é correto. Nem para o presidente da república, muito menos para um delegado da Polícia Federal", afirmou o presidente.
O advogado disse que existe um "viés político" na investigação e que Dantas é vítima de "uma perseguição política". "O Daniel já foi condenado, já foi pré-julgado, pois só pensam em prendê-lo, só pensam em enjaulá-lo."
Machado também reclamou da forma como a Polícia Federal está conduzindo o caso. "Em vista dessa celeuma interna da Polícia Federal, diz que não se fez exame do material coletado na casa do Daniel e vem o ministro da Justiça dizer que o inquérito já vai ser relatado", disse ele se referindo à suposta divisão da PF em grupos.
Entre as supostas irregularidades na investigação apontadas por Machado estaria a interceptação das conversar entre cliente e advogado. "Isso é um grampeamento fascistóide". "Eu não tenho prova cabal disso, não mandei verificar. Mas chegam avisos, chegam informações, chegam boatos", respondeu ele ao ser questionado sobre os grampos.
Machado comparou a investigação da PF com a ditadura. "Quero desmitificar e desmascarar uma investigação que se fez com a participação da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que chamo de SNI [Serviço Nacional de Informações] brasileiro", afirmou ele numa referência à ditadura.
Dantas tramou contra Lula em 2006
Reportagem do site Terra Magazine revelou nesta sexta-feira trechos de diálogos que sugerem um esquema de campanha difamatória montado por Daniel Dantas em 2006 contra o governo Lula.
Segundo o jornalista Bob Fernandes, o esquema tinha como objetivo bombardear Lula, derrubá-lo se possível, impedir sua reeleição se tanto não se conseguisse. Para isso, Dantas buscava informações sobre episódios que pudessem comprometer o partido do presidente como as mortes dos prefeitos de Santo André, Celso Daniel, e de Campinas, Toninho do PT.
Por trás desta tentativa, Dantas buscava - reprodução de suas próprias palavras -, "incruar" o processo judicial que se movia contra ele com temperos político-partidários". Já naquela época, a estratégia de Dantas para responder às acusações que pesavam contra ele era de se fazer de vítima de uma "orquestração do governo, e de Lula".
Para isso, Dantas contaria com uma rede de assessoria jurídica e a ajuda de jornalistas da grande imprensa para disseminar os boatos.
Ao que parece, ele está tentando usar a mesma estratégia novamente.
FONTE: WWW.vermelho.com.br
"Freqüento o ambiente da PF há mais de 30 anos e não vejo ministro de Estado e presidente da República falando de investigação. Nunca vi um presidente da República convocando reunião para tratar de um assunto como este. Se Lula está insatisfeito, ele que mude, que altere ministério", disse Nélio Machado, advogado de Dantas, ao chegar à sede da Superintendência da PF, em São Paulo.
O advogado classificou o inquérito de "medieval" e disse que por conta disso seu cliente ficaria calado no depoimento. "Esse inquérito é medieval e me manifesto contra esse inquérito medieval", disse.
Machado criticou a contagem de tempo feita por Lula da investigação. "Essa devassa em que se vê o presidente da República dizer que [a investigação] existe há quatro anos. E o registro da Justiça diz que existe desde fevereiro de 2007. Só que nos autos, aparecem em junho de 2008", disse o advogado.
Na quarta-feira, ao comentar a saída de Protógenes do caso, Lula disse que a investigação existia há quatro anos. "A única coisa que nós queremos nesse caso é responsabilidade. Ninguém pode fazer o trabalho que ele [Protógenes] fez por quatro anos e na hora de terminar o relatório, diz que vai embora. Vender insinuações para a sociedade é que não é correto. Nem para o presidente da república, muito menos para um delegado da Polícia Federal", afirmou o presidente.
O advogado disse que existe um "viés político" na investigação e que Dantas é vítima de "uma perseguição política". "O Daniel já foi condenado, já foi pré-julgado, pois só pensam em prendê-lo, só pensam em enjaulá-lo."
Machado também reclamou da forma como a Polícia Federal está conduzindo o caso. "Em vista dessa celeuma interna da Polícia Federal, diz que não se fez exame do material coletado na casa do Daniel e vem o ministro da Justiça dizer que o inquérito já vai ser relatado", disse ele se referindo à suposta divisão da PF em grupos.
Entre as supostas irregularidades na investigação apontadas por Machado estaria a interceptação das conversar entre cliente e advogado. "Isso é um grampeamento fascistóide". "Eu não tenho prova cabal disso, não mandei verificar. Mas chegam avisos, chegam informações, chegam boatos", respondeu ele ao ser questionado sobre os grampos.
Machado comparou a investigação da PF com a ditadura. "Quero desmitificar e desmascarar uma investigação que se fez com a participação da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que chamo de SNI [Serviço Nacional de Informações] brasileiro", afirmou ele numa referência à ditadura.
Dantas tramou contra Lula em 2006
Reportagem do site Terra Magazine revelou nesta sexta-feira trechos de diálogos que sugerem um esquema de campanha difamatória montado por Daniel Dantas em 2006 contra o governo Lula.
Segundo o jornalista Bob Fernandes, o esquema tinha como objetivo bombardear Lula, derrubá-lo se possível, impedir sua reeleição se tanto não se conseguisse. Para isso, Dantas buscava informações sobre episódios que pudessem comprometer o partido do presidente como as mortes dos prefeitos de Santo André, Celso Daniel, e de Campinas, Toninho do PT.
Por trás desta tentativa, Dantas buscava - reprodução de suas próprias palavras -, "incruar" o processo judicial que se movia contra ele com temperos político-partidários". Já naquela época, a estratégia de Dantas para responder às acusações que pesavam contra ele era de se fazer de vítima de uma "orquestração do governo, e de Lula".
Para isso, Dantas contaria com uma rede de assessoria jurídica e a ajuda de jornalistas da grande imprensa para disseminar os boatos.
Ao que parece, ele está tentando usar a mesma estratégia novamente.
FONTE: WWW.vermelho.com.br
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